domingo, 9 de maio de 2010

Dia das mães

A mãe
O envelope foi aberto e dele veio a melhor emoção que já senti na vida. Ali nascia o filho, ali nascia a mãe. De dentro daquele envelope saiu susto, saiu medo, saiu riso, saiu choro, saiu vida. Mas antes de tudo, saiu uma alegria imensa. A felicidade veio de dentro daquele envelope. Era ele que guardava o segredo de uma nova vida, a nova vida que eu guardava dentro de mim. E era minha aquela vida. Foi ali que nasci mãe. E em segundos eu já amava profundamente aquela vida que estava dentro de mim.
Levei pra casa o envelope, levei a alegria, o medo, o susto, o choro e o riso. Levei a minha vida nova dentro de mim. Levei tanta coisa nova que quase não consegui levar tudo. Mas de dentro do envelope mágico veio também a descoberta de que eu era forte, tão forte que eu conseguiria levar tudo sim. Levar um mundo novo dentro de mim.
Aquele envelope era encantado. O segredo que ele guardava foi revelado, e eu fui transformada em mãe. E desde aquele dia, o amor que eu já levava dentro de mim só cresce. Cresce desmedidamente.
A partir daquele dia que eu abri o envelope, eu colocava as mãos sobre a barriga, ao deitar, e imaginava lá dentro um bebê prontinho, mesmo sendo ainda um pequeno broto. Ficava assim, quase imóvel, só sentindo, até adormecer.
Com o passar dos dias, a barriga crescendo como mundo novo, a vida tomando forma de pequena gente, as perninhas abrindo espaço dentro de mim, os "soluços", e as descobertas daquela nova vida, o sentimento de amor materno foi se tornando cada vez mais forte, intenso, perene. A cada dia a vida ia se tornando mais verdade dentro de mim. E hoje ela é vida mesmo, é real. Já tem um metro e quatro. Isso só pode ser encanto mesmo.
Aquela nova vida revelada por aquele envelope encantado é hoje um menino lindo. Não consigo imaginar minha vida sem ele e, por vezes, nem me lembro de minha vida antes dele.

O filho
Meu filho é um menino incrível. Inteligente, curioso, alegre, comunicativo, amoroso e carinhoso. Extremamente carinhoso. Apesar de não ter uma noção exata do que é o amor, ele o sente e se entrega da forma mais bonita que existe, com a coragem e a pureza infantis. Ele tem o olhar e o sorriso mais bonitos e honestos que já vi.
Adoro olhar quietinha pra ele, enquanto ele brinca sozinho, sentado no chão, e fico pensando: "fui eu que fiz..." e sinto felicidade, amor, orgulho... sinto ele.
Claro que as vezes perco a paciência, dou bronca, deixo de castigo. Faz parte do amor, do educar, do formar o caráter. E faz parte, principalmente, do "ser mãe", do exercer a maternidade com zelo e amor.
Por ele eu quero ser uma pessoa melhor a cada dia. Quero pensar meus defeitos e aprimorar minhas qualidades. Ele me ensinou a ser mais paciente, tolerante, corajosa, cuidadosa. Ele me ensinou a ser mãe, ele me mostrou o que era o amor materno, e pude então sentir tudo aquilo que a minha mãe dizia que eu iria sentir quando eu fosse mãe.
Saudade da minha mãe... vontade de contar pra ela que eu entendi tudo. Vontade de perguntar a ela se estou indo pelo caminho certo. Vontade de mostrar pra ela como a vida é linda agora. Saudade dela comigo, saudade de mim com ela. Ela é "de onde eu vim".

Há cinco anos meu filho é o meu presente do Dia das mães. Olhar nos olhos dele de manhã é a minha bênção diária, pois ele foi o presente mais lindo que Deus me deu.
E eu quero muito, muito mesmo, abrir outros envelopes iguais àquele.
- Filho, mamãe te ama mais que tudo no mundo.

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